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Missa de abertura da Vigília Exequial de Mons. João Clá

“As almas dos justos estão na mão de Deus, e nenhum tormento os tocará. Aparentemente estão mortos aos olhos dos insensatos: seu desenlace é julgado como uma desgraça. E sua morte como uma destruição, quando na verdade estão na paz! (Sb 3, 1-3)

No dia 1º de novembro, às 14h, Mons. João Scognamiglio Clá Dias entrou, pela última vez, na Basílica Nossa Senhora do Rosário, em Caieiras, a primeira das magníficas igrejas que ele construiu.

Eloquente orador, que encantou multidões com a sabedoria de suas palavras em tocantes e abençoados sermões, pela primeira vez estava em silêncio diante do altar-mor que abrigou a maioria das celebrações de sua vida sacerdotal.

No entanto, até mesmo o seu silêncio constituiu uma pungente pregação e, no solene momento em que o esquife adentrou o corredor central da Igreja, sustentado por seus filhos espirituais, muitos choraram de emoção.

E seu nome era João…

A basílica estava lotada, com uma multidão também do lado de fora. No pátio, um grande tapete vermelho dava o tom exato da solenidade que estava por se iniciar.

Após o anúncio dos trompetes e o rufar dos tambores, sob a harmoniosa melodia dos sinos, a urna mortuária foi transportada até a entrada da basílica, ao som de Marsch der Finnländischen.

A urna foi colocada diante da entrada da igreja, onde foram proferidas as primeiras palavras da despedida que se estende por três dias. Sábias e proféticas palavras davam a conhecer a essência de Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, o homem que fundou duas sociedades de vida clerical, o ramo masculino, Vigos Flos Carmeli e o ramo feminino Regina Virginum, cuja extensão e importância da obra que consolidou durante oito décadas e meia de vida se refletirá no futuro e só será totalmente compreendida com o porvir.

“Ao longo dos séculos, Deus muitas vezes permite o avanço das trevas a fim de fazer brilhar mais gloriosamente a luz.” Após estas palavras o orador lembrou os homens providenciais cuja missão consiste em serem luz para a humanidade.

Numa referência a São João Batista e a São João Evangelista, o Discípulo Amado, companheiros do Divino Mestre e “lâmpadas escolhidas a brilhar nas noites da história,” continuou seu discurso explicando que, “também em nossos dias apareceu um homem enviado por Deus, cujo nome era João”.

Ensinou seus filhos a amarem e lutarem pela Igreja

No sermão, o Pe. Alex Brito comentou sobre a trajetória de Mons. João, lembrando os 14 anos de calvário que ele enfrentou após o AVC que o vitimou no ano de 2010. E destacou a importância e a imortalidade da Igreja, cuja Paixão foi sofrida por Monsenhor em uma vida inteiramente dedicada a ela, na qual ensinou a seus filhos a amarem e lutarem pelo corpo místico de Cristo.

Ao fim da Missa Solene, os fiéis puderam iniciar a sua despedida, aproximando-se do esquife para a última saudação.